31 agosto 2012

Conte de fées: Chapeuzinho Vermelho

Oi galerinha!!! Agora que o bastão do Conte de Fées está nas minhas mãos, eu vou tentar recriar uma história digna da Chapeuzinho Vermelho.



* História inspirada na personagem de Once Upon a Time, Rubby.



"Desde criança sempre ouvimos contos de fadas, histórias sobre príncipes e princesas, heróis, animais falantes, criaturas sobrenaturais, elfos, fadas, duendes e muitos outros que buscam um final feliz. Infelizmente, alguns contos foram modificadas com o tempo. Não importa saber quem eu sou, apenas qual é meu dever de hoje: contar-lhes a verdadeira história da Chapeuzinho Vermelho. Nada melhor do que começar pelo começo, então vamos viajar até a Inglaterra, há muito, muito, muito tempo...

Era uma vez, um pacato vilarejo. Típico da remota Inglaterra. Nele as crianças brincavam, os adultos trabalhavam e todos seguiam com as suas vidas. Ali também era o lar de uma adolescente chamada Chapeuzinho Vermelho, ela era chamada assim porque desde pequena, ela anda com uma capa vermelha, presente de sua avó. 

Tudo naquele vilarejo era perfeito, porém, uma vez por mês, se espalhava o terror. Na noite de Lua Cheia, um maligno lobo assombrava seus habitantes, as crianças eram escondidas, as casas eram protegidas e todos ficavam em alerta total. Qualquer um que cruzava seu caminho tinha um destino horrível. O ataque do lobo durava 2 dias e nesse período ninguém podia sair a noite.

Claro que sempre existem pessoas que vão contra a natureza e precisam querer ser heróis... Sempre que alguém deseja sair para enfrentar o animal, um conselho é formado. Dessa vez, um grupo é formado contra as recomendações da Avó (vó da Chapeuzinho), uma mulher sabia que já foi atacada pelo lobo e sobreviveu. 

- Pois bem, se é assim que desejam. Os outros, pelo menos, tratem de se proteger. Ainda faltam três dias... - Disse a Avó

Na tarde da sedenta noite, Chapeuzinho estava conversando com seu amigo de infância, Fred em sua janela.

- Eles já estão prontos?
- Já sim. Sabe Chapeuzinho, se eu fosse, acho que eu conseguiria...
- Sempre acontece alguma coisa e depois... é, melhor escutar minha vó.
- ... eu conseguiria se significasse viver livre com você.
Nesse momento, o rosto de Chapeuzinho ficou tão vermelho quanto sua capa.
- Fred, eu...
- Poderiamos sair daqui sabe, viver em outro lugar.
- O lobo persegue aqueles que aqui nasceram, lembra?
- Humm, então poderiamos...
- CHAPEUZINHO - a voz da Avó ressoava - ENTRE A-G-O-R-A!!! JÁ ESTÁ FICANDO TARDE.
- É melhor você ir - despediu-se o menino e lhe deu um beijo na testa.

Preparando a casa. Hora de trancar a porta, lacrar as janelas, aumentar o fogo da lareira. A Avó sempre fica em prontidão com a arma, nunca dorme nas noites. Chapeuzinho já estava cansada. Será que algum dia isso terminaria? Tirou a capa e foi dormir. Agora, quieta na cama quente, a proposta de Fred parecia um paraíso, melhor sonhar com isso do que com a neve fria e espessa que caí lá fora.

- Acorda garota... Já é de manhã e você ainda tem muito o que fazer. Comece vendo se todas as nossas galinhas estão lá. E lembre-se de colocar a capa, porque vermelho...
- ...porque vermelho espanta o lobo. Já sei vó.

O galinheiro parecia ok. Nenhuma galinha faltando, mas o que é aquela coisa bem ali atrás? Parece uma 

- Desculpe-me - disse uma garota - eu estava fu... bem, não importa. Cheguei aqui na cidade e vi que todos estavam se escondendo e não tinha para onde ir então, então
- Hei, tudo bem. Meu nome é Chapeuzinho, quem é você?
- É Ja..., Elizabeth, ou Lizz como preferir.
- Acho que você deve estar com fome certo? Minha avó deve estar preparando um bom café, mas antes temos que apanhar um pouco de leite, ok?

Pode-se dizer que ambas ficaram amigas imediatamente. A neve fofa abafava os passos das meninas pelo caminho branco, porém aquela mancha vermelha estava praticamente berrando no meio daquela brancura. E tem outra ali, e ali, e mais adiante. Chapeuzinho correu a frente com Lizz em seus calcanhares e ambas perderam o folego quando viram: Corpos mutilados em volta do próprio sangue, vermelho no branco, uma cena difícil de não se ver, e assustar-se.

- Vovó estava certa, mais uma vez. 
- Que tipo de animal deixa uma marca daquele tamanho?

Chapeuzinho agora reparou, nas pegadas deixadas pelo animal quando fugiu. Aquele caminho parece familiar. A garota da capa vermelha disparou atrás do rastro. Aquela árvore parece com a que Fred usou para fazer um balanço há muito tempo e mais pra frente, aquela trilha foi feita pela própria Chapeuzinho, ela leva direto para um lugar. Espere, as pegadas estão diminuindo, estão ficando humanas. Agora as folhagens deram espaço há um tímido chalé no meio da neve. Vinha um cheiro delicioso de pão dele.

- Aquela não é a...
- ... a minha casa, Lizz. E as pegadas param em frente a minha janela.
- Você não acha que, Chapeuzinho, espere por mim!

Tarde demais. Chapeuzinho Vermelho disparou pela floresta, sem ouvir nada e continuou correndo. Até parar em um tronco que fora usado como um banco em frente a uma fogueira. Então o Lobo é alguém, alguém que ela conhece. Vó? Não, deu pra ouvir os estalos da arma. Lizz? Não, não tinha pegadas no galinheiro. Então quem é que... BOOM. Fred? Ah, eles estavam conversando antes de lacrar a casa. Oh não isso não pode estar acontecendo! Fred Fred Fred, justo ele? O menino que cresceu com ela, seu melhor amigo é um assassino? Isso não podia estar acontecendo!!! Lágrimas desceram pelo rosto de Chapeuzinho. Nesse momento, Lizz a alcançou. Ela convenceu a menina de voltar para a casa e lá explicar porque o "ataque". Por sorte a Avó não estava em casa.

- Tem que ser ele, Lizz, além de mim, Fred foi o único que caminhou até a minha janela. O que fazer agora?
- Você se preocupa com ele? O quer bem?
- Sempre Lizz. Afinal ele é meu melhor amigo, ele é meu, ele é o Fred!
- Cuide então, talvez ele nem saiba que é o lobo.
- Hã?
- Talvez, quando se transforme, ele não se lembre de nada. Apenas que dormiu e depois acordou.
- Será?!
- Não custa tentar, Chapeuzinho...
- Tem razão - então se lembrou de um importante detalhe - Vovó! Ela não vai me deixar sair.

Lizz deu um sorriso - Não se preocupe, pensaremos em alguma coisa antes do fim da tarde.
- Passamos tanto tempo fora? - Chapeuzinho percebe agora que o sol estava a pino, uma da tarde, provavelmente. Quanto tempo se passou desde que ela ficou em transe? Então uma ideia surge - Já sei! Temos que ser rápidas!

A Avó chegara meia hora depois com o almoço pronto e também recebeu Lizz de braços abertos. Todo dia, a senhora saia de casa mais ou menos as três e ficava fora só por uma hora. Essa era a hora de executar o plano.

Logo após a Avó sair, Chapeuzinho saiu. Tinha mandado um recado a Fred, marcado um encontro com ele na velha árvore de balanço. Quando chegou lá, Fred já estava esperando por ela. A menina sentou-se a seu lado no banco-tronco e explicou toda a sua teoria. Fred achava aquilo impossível mas também pensava que podia verdade pois sempre durante a Lua Cheia dormia feito pedra. Só se lembrava que tinha caído no sono.

- Será possível?!
- Eu pensei em um jeito de descobrir. Mas terei que te amarrar Fred.
- Você ficará machucada? Porque se a resposta for sim, eu mesmo descubro por conta própria.
- Veja, eu trouxe algumas cordas que meu avô usava para caçar. Poderíamos te amarrar bem forte e  eu ficaria aqui até a Lua Cheia aparecer. 
- E se acontecer alguma coisa, me prometa que você irá fugir Chapeuzinho. E não use corda, elas são muito fracas. Use correntes de metal!
- Ok. E se nada acontecer, eu te desamarrarei e voltaremos pra casa.
- Perfeito!

Sim sim, essa a parte de Chapeuzinho Vermelho. Garantir que Fred ficasse bem preso e tirar a tão sonhada prova. E Lizz, o que ela faria? Ah, era bem simples. A garota só distrairia a Avó, usando a capa vermelha e ficando na cama tempo o suficiente para Chapeuzinho fazer a sua parte. Um plano simples, fácil e preciso. Nem preciso dizer que deu certo. A Avó só percebeu que não era a sua neta deitada na cama quando foi falar com ela.

- Você não deveria estar aqui sozinha, Lizz. Chapeuzinho deveria estar aqui. Ela PRECISA estar aqui. Ela é o escudo! Melhor ir embora agora. Não vou responder por mim...
- Que escudo? - o rosto da Avó estava cheio de dor -  A senhora está bem?
- Ah tola menina! Você ainda não percebeu? Quando eu era jovem, o lobo me atacou para ME MARCAR! Ele era o meu Avô! Essa maldição está no sangue da família, com sorte, uma geração é pulada, como a do meu pai. Mas meu avô não queria ser o último, então reclamou meu sangue. Minha filha herdou isso, por isso ela não está aqui, mataram-na. Logo depois busquei ajuda para tentar parar. Não poderia mais me transformar, tinha uma menina para criar sozinha. Então uma fada encantou a capa vermelha e enquanto Chapeuzinho a usasse eu estaria livre. Porém, na Lua Cheia ela teria que estar ao meu lado ou não funcionaria. Eu sou o LOBO. E já que minha neta não está aqui usando a maldita capa como ontem a noite, é melhor não ficar perto.
Lizz ficou paralisada de surpresa e não conseguiu sair do lugar. Como aquela inocente criatura poderia fazer aquele estrago? Nesse momento, a Lua apareceu.
- Tarde demais, criança. Sinto muito mesmo.
Um grito ecoou pela noite.

Não muito longe dali, Fred e Chapeuzinho presenciaram o aparecimento da Lua e a normalidade de Fred, mas o alívio durou pouco. Um grito agudo preencheu o silêncio. Era familiar para Chapeuzinho, como aquele no galinheiro...
- Fred, Fred é a Lizz. Esse é o grito dela! Ela está em casa com a vovó!
- A arma de prata está ai, certo? Me acompanhe.

Chegaram na casa e viram a maior desordem! O quarto da menina estava destruído assim como a pequena cozinha. E no meio dos destroços estava uma Lizz caída e inconsciente e em cima dela um lobo. Fred atirou enquanto o animal estava distraído. Os dois viram o lobo ficar menor, voltando aos poucos até a forma da Avó. Dessa vez foi Chapeuzinho quem gritou. Isso não podia estar acontecendo! Ela matara a própria vó! Ainda tinha Lizz lá desmaiada. E para piorar ouvia-se uma multidão se aproximando.

- Temos que ir embora. A maldição é hereditária. Eles podem tentar te matar para garantir a segurança Chapeuzinho. Temos que ir.
- Você foge comigo, Fred? 
- Pergunta estupida.
Ouviu-se um pequeno gemido. Lizz estava acordando. Milagre. Eles ajudaram a menina a ficar de pé e a levaram junto. Os três mergulharam na escuridão e proteção do bosque.

Algumas horas depois...

- Droga Chapeuzinho. Não mexa nessa mordida. Eu estou bem.
- Bem mal. Essa mordida está detonando seu braço menina. Tem que cuidar.

Uma fada os encontrou.

- Ele está certo querida. Você vai ter que cuidar, mas não dá mordida. Infelizmente a Avó passou a maldição dela pra você. Você tomou o lugar de Chapeuzinho e os vilarejos já sabem que alguém foi mordido. E não vão parar até conseguirem pegar a garota vermelha com seus dois companheiros. Eles sabem que um de vocês é o "tal", no mau sentido.
- Não vou deixar Lizz. Ela e Fred são minha família agora.
- Enquanto a garota viver NESSA época, ela nunca estará segura. O que posso fazer é o seguinte: Colocá-los em um sono profundo para só despertar daqui muito tempo. Em uma outra época. Com uma nova vida.
- Para  mim é irrecusável. Eu fugi de casa! Queriam me casar o mais cedo possível.Estavam me jogando em uma vida que não foi tecida pra mim. E vocês?
Fred e Chapeuzinho se olharam e selaram um acordo silencioso.
- Certo - o rosto de Chapeuzinho estava iluminado - Por favor, faça sua mágica fada.

E assim eles dormiram por muito tempo. Só acordaram em 1920, mais ou menos e começaram a viver. Porém parecia que o sono lhes deu uma mega vitalidade. De acordo com a fada (ela deixou um bilhete na garrafa a lado delas) o encantamento os tornaria quase imortais. Eles não envelheceriam nem ficariam doentes. Apenas morreriam em uma batalha. Estranho, eu sei.

Desde então, eles vivem se mudando, de um lugar para o outro. Sempre acompanhando os avanços da humanidade. Lizz é a garota mais cuidadosa possível nas fadadas noites, raras foram as vezes em que ela perdeu o controle. Ela foi a inspiração para o surgimento da história do Lobisomem. 

Chapeuzinho, agora chamada de Rubby (de rubi - vermelho) vive eternamente feliz com sua irmã Lizz e Fred. Agora, provavelmente, estão desfrutando da modernidade dessa época. Ambos estão vivos. Então não se assuste se conhecer duas irmãs chamadas Elizabeth e Rubby sempre acompanhadas de um menino chamado Henry. Eles são exatamente como a eras atrás, doces, gentis e meigos. Porém é melhor se afastar na Lua Cheia. 

Meu nome é Elizabeth Evans, antes Jane Lizz Morris. E essa é minha história, do meu irmão Henry Evans, antes Fred White e da minha irmã Rubby Evans, antes Chapeuzinho Vermelho."


Então galerinha, é isso. O que acham? Por favor comentem :) Bjs

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